Nome científico:

Bufo spinosus Daudin, 1803

Nome comum:
Sapo alcandarês
Família:
Bufonidae

 

 

Este anuro ibérico, sobretudo a fêmea, pode atingir um grande tamanho (até 21 cm de comprimento). Possui olhos laterais e proeminentes, a pupila é horizontal e a íris é alaranjado- avermelhada. As glândulas parótidas são bastante proeminentes e estão mais próximas anteriormente do que posteriormente. A pele é bastante rugosa no dorso, onde as verrugas salientes possuem minúsculas espículas queratinosas (daí advém o nome spinosus = espinhoso). A cor dorsal varia muito, podendo ser castanha, amarelada ou escura. Ventralmente este sapo é esbranquiçado ou amarelado. 

 

Habitat e Ecologia

Ocupa uma grande variedade de biótopos, zonas húmidas ou secas, abertas ou com vegetação densa, meios naturais, cultivados e também imediações de áreas habitadas. Os adultos têm hábitos terrestres, exceto durante a época de reprodução, quando procuram grandes massas de água onde não vivam peixes. Em muitas regiões este sapo permanece ativo durante todo o inverno. No verão permanece ativo até que as temperaturas noturnas fiquem muito elevadas. O sapo alcandarês é muito útil na agricultura por comer insetos, vermes, caracóis e lagartas que atacam as plantas cultivadas.

 

Período mais favorável à observação

Geralmente crepuscular e noturno, também se observa durante o dia, sobretudo quando o tempo está húmido e durante a época de reprodução. Em locais frios pode apresentar um período de repouso invernal que varia consoante o ano.

 Na Herdade da Mitra as observações do sapo alcandarês são mais frequentes após ter chovido ou em dias em que o ar se encontra muito húmido. Pode ser visto durante a noite em caminhos, estradas ou perto de massas de água, a deambular pelos campos mais abertos e nas imediações das hortas e dos jardins. 

 

Curiosidades

Quando este sapo se sente ameaçado perante um potencial predador, levanta-se e incha o corpo esticando muito as patas para parecer maior. Erradamente a crendice popular conta que este sapo urina em jato diretamente atingindo os olhos humanos. De facto a urina pode ser expelida da bexiga quando o sapo é apanhado e depois de muito remexido pelas mãos humanas, porque o animal fica em pânico! 

Apesar de, durante a noite, ser um eficaz hortelão e um fiel jardineiro, mal-grado, as pessoas acham-no repugnante e sentem repulsa, pelo que o sapo é amiúde perseguido. Por vezes, os indivíduos são espetados em canas, servindo como espantalhos. Crê-se erradamente que os outros sapos ficam com medo e, portanto, se afastam. 

 

Distribuição

Antes integrado na vastíssima distribuição paleártica do sapo comum (Bufo bufo), o sapo alcandarês foi recentemente elevado ao estatuto de espécie. Ocupa toda a Península Ibérica, estendendo-se além dos Pirenéus, através da metade ocidental francesa e também a faixa paleártica do Norte de África.

Existe em todo o Portugal Continental.