Nome científico:

Pelobates cultripes (Cuvier, 1829)

Nome comum:
Sapo de puas negras
Família:
Pelobatidae

 

 

Sapo com aparência relativamente robusta, o tamanho corporal ronda os 8 cm para os machos e os 10 cm no caso das fêmeas. Tem uma cabeça alargada donde sobressaem laterodorsalmente uns “olhos de gato” (com pupila vertical) muito grandes. A pele é lisa ou pouco verrugosa. A coloração dorsal tem um padrão de grandes manchas escuras e castanhas que também pode variar entre os tons amarelados ou oliváceos. Em contraste, o ventre é esbranquiçado ou amarelado. Mas o que inequivocamente distingue esta espécie de outros sapos é a presença notória de uma excrescência queratinosa (pua ou “unha-negra”) na base metatarsal de cada pata traseira. Estas puas negras ajudam o animal a escavar rapidamente o solo para enterrar-se nele. 

 

Habitat e Ecologia

Apresenta hábitos maioritariamente terrestres e noctívagos. Devido às suas apetências fossorícolas este sapo encontra-se associado a solos arenosos, pastagens e campos de cultura e demais zonas áridas e abertas. É também comum em pinhais, dunas litorais e lagoas costeiras. Reproduz-se em charcos temporários mediterrânicos e em outros meios aquáticos artificiais de uso agrícola. Os seus girinos distinguem-se por atingirem grandes dimensões, como não alcançam as larvas dos outros anuros portugueses.

 

Período mais favorável à observação

O ritmo de atividade noturna e a possibilidade de observar este sapo está dependente das condições meteorológicas favoráveis, geralmente tempo húmido ou chuvoso. Assim também a época de reprodução tem início após as primeiras chuvas de outono, podendo estender-se até ao mês de abril. Caso contrário, só se encontra, por norma, enterrado no solo e, nos meses mais quentes, pode enterrar-se a profundidades que rondam 1 m de forma a encontrar índices de temperatura e humidade favoráveis à sua sobrevivência.

Na Herdade da Mitra é uma espécie que se pode ver com regularidade na época húmida adequada. Os girinos encontram-se nos charcos e nas antigas pedreiras abandonadas. Os adultos deambulam pelos campos aráveis ou atravessam as estradas e os caminhos de terra, durante as noites chuvosas.

 

Curiosidades

O macho desta espécie emite coaxos que fazem lembrar um cacarejar de galinha, quando esta vai por um ovo. Este sapo também é capaz de emitir as suas vocalizações em meio subaquático.

Por vezes quando agarrado, o adulto emite um longo miado. 

 

Distribuição

Este sapo está presente em grande parte da Península Ibérica, faltando no extremo norte montanhoso e nos Pirenéus. Em Portugal apresenta uma distribuição praticamente contínua a sul do rio Tejo; estende-se pela Beira Interior e há uns núcleos dispersos pela Beira Litoral.