Nome científico:

Buthus occitanus (Amoreux, 1789)

Nome comum:
Escorpião, Lacrau
Família:
Buthidae

 

 

Apresenta um esqueleto externo quitinoso e apêndices articulados, necessitando de mudas sucessivas para que o exosqueleto acompanhe o crescimento do indivíduo. Os jovens diferem dos adultos no tamanho, na coloração e na ausência de órgãos reprodutores, apresentando então a espécie um desenvolvimento ametabólico.

Possui um par de pedipalpos em forma de pinça com funções preênseis que auxiliam na captura de presas (insetos e outros aracnídeos) e no seu manuseamento. O veneno é maioritariamente usado como mecanismo de defesa e na predação de espécies de maior porte, uma vez que o seu uso acarreta um grande desgaste energético.

Aparentemente, o sentido mais desenvolvido é o do tato, verificando-se a existência de pêlos sensitivos ao longo de todo o corpo do indivíduo.

 

Habitat e Ecologia

Tal como a maioria dos escorpiões, consegue sobreviver a longos períodos sem alimento e água, sendo uma espécie característica de zonas quentes e áridas com vegetação esparsa e rochas expostas ao sol.

Os indivíduos desta espécie apresentam hábitos noturnos, refugiando-se solitariamente durante o dia debaixo de rochas, troncos ou em buracos no solo. A ocorrência de 2 indivíduos no mesmo local de refúgio é invulgar, contudo, quando este fenómeno ocorre é possível que se trate de uma tentativa de canibalismo ou de procura de parceiro sexual. 

A reprodução ocorre entre março e outubro, salvo condições ambientais adversas. Apresentam um ritual de acasalamento em que após a libertação de feromonas, o macho se aproxima cautelosamente da fêmea, segurando-a posteriormente pelas pinças. Ambos realizam movimentos circulares até que o macho expele pelo orifício genital o espermatóforo (esperma), para cima do qual a fêmea é seguidamente arrastada. É ovovivíparo, a fecundação e desenvolvimento dos ovos ocorre no interior da fêmea e posteriormente nascem cerca de 15 crias envoltas numa membrana. Após romperem a membrana os jovens sobem e ficam alojados no dorso da progenitora até que ocorra a 1ª muda, uma a duas semanas depois do seu nascimento.

 

Observações

Esta espécie de escorpião não é muito perigosa para o Homem. No local da picada os sinais podem ser mínimos, contudo, a dor é muito intensa e há formação de edema. Os sintomas podem variar desde a ansiedade, arrepios, cãibras musculares até à hipotensão.

 

Distribuição

Tem uma distribuição geográfica cosmopolita, não existindo acima dos 45º latitude norte. Encontra-se por todo o hemisfério sul com excepção da Nova Zelândia, sul da Patagónia e Ilhas Antárticas. Colonizaram os mais diversos habitats, desde a zona das marés até às altas montanhas a cerca de 6000 metros de altitude.

Ocorrem por todo o território de Portugal continental, desde Trás-os-Montes ao Algarve.