Lepus granatensis Rosenhauer, 1856
Reprodução
Em Portugal a lebre reproduz-se durante todo o ano, embora a proporção de machos e fêmeas reprodutivamente inactivos seja maior no Outono. O calendário venatório deve ser adaptado à fenologia reprodutiva de modo a minimizar a probabilidade de capturar fêmeas aleitantes. O pequeno tamanho médio da ninhada fetal (1,6) em Portugal é compensado por uma extensa época reprodutiva, sendo o potencial biótico de cada fêmea (9,8 crias por ano) semelhante ao observado noutras espécies do género Lepus.
Habitat e Ecologia
Na Herdade da Mitra frequenta zonas abertas de pastagem, campos de culturas permanentes (vinhas) e montado, surgindo ainda em zonas mais acidentadas presentemente ocupadas por eucaliptal.
As gramíneas constituem a base da sua alimentação. Exibe uma considerável plasticidade ecológica, podendo encontrar-se em biótopos muito diferenciados, preferindo locais pouco acidentados que permitam movimentar-se com facilidade e propiciem a propagação de sons e odores.
Vive solitariamente, exceto durante o período do cio.
Distribuição
Das três espécies de lebre ocorrentes na Península Ibérica, Lepus granatensis é a única que povoa o território nacional. Reconhecem-se actualmente três subespécies de lebre ibérica, estando presente em Portugal apenas L. g. granatensis.
A lebre encontra-se bem representada em quase todo o território continental, sendo mais abundante nas regiões interiores e a sul do Tejo.