Luciobarbus bocagei Steindachner, 1864
Espécie de dimensões relativamente grandes comparativamente com outras espécies de ciprinídeos, havendo registos de exemplares de quase 1 m de comprimento total.
Boca protráctil em posição ínfera, com dois pares de barbilhos na mandíbula superior. O último raio da barbatana dorsal é espinhoso, apresentando uma porção denticulada. Durante a época de reprodução os machos exibem tubérculos nupciais na região cefálica.
A coloração varia bastante segundo os rios e sobretudo segundo a fase de desenvolvimento em que se encontram. Os juvenis apresentam manchas escuras que desaparecem na fase adulta.
Habitat/Ecologia:
Ocorre em rios ou ribeiras permanentes e intermitentes, geralmente de ordens médias e superiores, estando também presente em albufeiras. Efetua migrações potamódromas sazonais associadas quer à época de reprodução (para montante), quer ao período estival (para jusante) como consequência da diminuição da disponibilidade de água e da interrupção da continuidade fluvial.
A reprodução realiza-se durante a primavera, com ocorrência das posturas preferencialmente entre abril e junho. Os habitats reprodutivos apresentam profundidade média-baixa e velocidade de corrente relativamente elevada, com substrato de cascalho. Durante a reprodução a fêmea escava um sulco no substrato com a barbatana anal, onde deposita os ovos, seguidamente fecundados pelos machos que se encontram geralmente em grupo na zona envolvente.
Os machos atingem a maturidade sexual relativamente jovens, a partir dos 7 cm, enquanto nas fêmeas a maturidade sexual só é atingida entre os 18 e os 20 cm
A dieta é bentónica e detritívora, com predomínio de larvas de insetos.
Período mais favorável à observação:
Ribeira de Valverde – todo o ano, mas principalmente no outono, inverno e primavera.
Albufeira da Tourega – todo o ano, mas principalmente no final da primavera e verão.
Origem e Ocorrência
Endemismo Ibérico; espécie residente.