Nome científico:

Arum italicum Mill. subsp. italicum

Nome comum:
Jarro-bravo, jarro-dos-campos
Família:
Araceae
Autóctone

 

 

Erva vivaz, glabra, com tubérculo rizomatoso que pode atingir 7 X 4 cm.

Folhas em forma de seta, basais, com pecíolo grande, de cor verde-clara, por vezes irregularmente manchadas de branco, e sem pelos. Surgem no outono.

Flores amarelas e minúsculas, dispostas numa inflorescência – a espádice - envolvida por uma bráctea grande, lanceolada-acuminada, de cor verde-amarelada, por vezes com manchas purpúreas - a espata.

Fruto composto por várias bagas com 2,2-13 x 1,5-10 mm, vermelho-alaranjadas na maturação, brilhantes e reunidas numa infrutescência com 3-9 x 1,2-3,5 cm. Sementes 1-4 por baga.

Habitat/Ecologia

Em bosques fechados e orlas de bosques. Geralmente em zonas húmidas, frescas e ensombradas, em solos algo nitrificados.

 

Período mais favorável à observação

Floração: abril a maio.

 

Utilizações e curiosidades:

A existência conjunta de flores masculinas e de flores femininas na mesma planta vale a esta planta o gracioso nome vulgar inglês de Italian lords-and-ladies, com um importante papel na polinização. Da parte terminal da espádice é libertado um odor fétido, semelhante a matéria orgânica em decomposição, que atrai os insetos, sobretudo moscas fêmeas. Por vezes, as espatas possuem manchas violáceas irregulares o que, aos olhos das moscas, as faz parecer um naco de carne em decomposição, ou seja, um ótimo lugar para depositar os ovos. A parede interna da espata é muito oleosa devido a secreções das glândulas da sua epiderme o que faz com que os insetos que lá poisam escorreguem irremediavelmente para a base, onde se encontram as flores femininas férteis. No fim do dia, os espigões das flores estéreis tornam-se túrgidos e formam uma barricada impedindo os insetos cobertos de pólen de abandonar a inflorescência, e a fecundação é feita durante a noite. De manhã, as flores masculinas desabrocham e libertam o pólen que irá ser transportado pelos insetos desta para outras plantas. As flores estéreis murcham permitindo a saída dos insetos que, atraídos por outra planta da mesma espécie, irão repetir todo o processo. Deste modo, a planta assegura que a polinização se efetua e que é cruzada (é raro haver frutos resultantes de auto-polinização, já que habitualmente não se desenvolvem até ao fim), embora com um custo energético bastante elevado.