Nome científico:

Mauremys leprosa (Schweigger, 1812)

Nome comum:
Cágado mourisco
Família:
Geoemydidae

 

 

Esta tartaruga de água doce atinge os 25 cm de comprimento da carapaça oval. Notam-se bem o encaixe das grandes placas ossificadas que constituem a carapaça, a qual está comprimida dorsoventralmente, enquanto as suas partes dorsal e ventral estão diretamente ligadas pelo revestimento de placas, sem nenhuma banda de pele. O corpo e a carapaça deste cágado são variavelmente cinzentos esverdeados ou acastanhados, com manchas claras e difusas. Frequentemente o pescoço e as patas dianteiras mostram algumas listas alaranjadas. A fêmea apresenta uma distância menor entre a cloaca e o início da cauda, enquanto que o macho tem o plastrão (carapaça ventral) um pouco côncavo; na fêmea o plastrão é plano ou ligeiramente convexo. 

 

 

Habitat e Ecologia

Espécie aquática bastante ecléctica, habita uma grande variedade de ambientes aquáticos: ribeiras temporárias de fundo vasoso ou arenoso; margens de rios; represas agrícolas e albufeiras; canais de irrigação; lagoas e sapais. Em áreas excecionalmente favoráveis pode viver em águas estagnadas, suportando nalguns casos níveis elevados de poluição orgânica.

Quando estão a aquecer-se ao sol estas tartarugas esticam bem o pescoço para cima e estiram os membros para os lados, de modo a exporem bem o corpo à radiação solar.

 

Período mais favorável à observação

Do início da primavera até ao outono solarengo é fácil observar este cágado exposto ao sol nas margens das ribeiras e das albufeiras, durante o dia.

Na Herdade da Mitra, nas margens da Ribeira de Valverde, sobretudo nos covelos mais expostos e em redor da albufeira da Tourega e demais represas agrícolas da zona.

 

Curiosidades

Ao ser molestado por humanos ou quando se sente ameaçado, este cágado expele pela cloaca um líquido de odor forte e desagradável. Com o envelhecimento dos indivíduos, as placas da carapaça dorsal tendem a descamar e a ficar irregulares. Este aspeto mais desagradável à vista humana é que levou ao nome latino leprosa (= 'aquele que sofre de lepra').

No sul da Península Ibérica (e interior de Portugal continental) ainda aparece popularmente o guisado de cágado, ou seja, uma preparação culinária de sabor regional, a qual reflete um uso antigo e sazonal deste recurso animal, mas que tende a desaparecer. Por vezes acontece que as pessoas mantêm esta tartaruga em semi-cativeiro, nos seus quintais e jardins, tratando-a como um animal de estimação.

 

Distribuição

Espécie muito comum na metade sul da Península Ibérica, embora biogeograficamente originária do Norte de África.