Nome científico:

Chalcides bedriagai (Boscá, 1880)

Nome comum:
Escinco ibérico
Família:
Scincidae

 

 

 

Este pequeno lagarto tem um corpo relativamente alongado e grosso, desde a cabeça até à cauda; totalmente recoberto por escamas muito lisas e brilhantes, de tal modo que parece ter sido polido ou vidrado. O tamanho do corpo atinge os 9 cm do focinho à cloaca. Possui membros relativamente curtos providos de cinco dedos (pentadáctilos) e, portanto, tende a deslizar com o ventre no chão. A coloração dorsal é geralmente parda acobreada ou olivácea e os flancos têm bandas escuras. O ventre é esbranquiçado ou amarelento.

 

Habitat e Ecologia

Este escinco normalmente vive em áreas arenosas ou pedregosas, onde haja abundância de refúgios (sobretudo pedras, raízes, folhada e arbustos),  vegetação parca e uma boa camada de solo, onde possa escavar no solo solto: dunas e falésias costeiras; matorrais mediterrânicos; áreas florestadas abertas e clareiras de bosques; lugares pedregosos e cascalheiras de pedra solta; imediações de charcos ou de linhas de água. 

 

Período mais favorável à observação

O período de maior atividade ocorre na primavera, durante a época de reprodução, prolongando-se pelo verão. Ainda que seja diurno, não é facilmente encontrado pois tende a deslizar entre a vegetação e debaixo de pedras, troncos e folhada caída das árvores. Assim a escassez de registos poderá dever-se mais à dificuldade na sua deteção do que, porventura, à sua raridade.

Na Herdade da Mitra este escinco foi localizado na orla ribeirinha da Ribeira de Valverde, junto aos antigos muretes das ruínas dos moinhos de água.

 

Curiosidades

O nome comum oficialmente atribuído a esta espécie foi de 'cobra-de-pernas pentadáctila'. Contudo tal designação é desaconselhada pedagogicamente, já que induz em erro ambíguo, pois biologicamente trata-se de um pequeno lagarto e não de uma verdadeira cobra e esta última seria sempre ápode (sem pernas).

Esta espécie é ovivípara, isto significa que a fêmea retém os ovos no ventre e os juvenis eclodem dos ovos ainda no interior do corpo materno. Depois são expulsos pela cloaca. 

 

Distribuição

Espécie endémica da Península Ibérica, onde apenas está ausente na vertente setentrional. Não obstante, a sua distribuição conhecida em Portugal continental é muito esparsa. Havendo, comparativamente, poucos registos relativamente a outras espécies lacertiformes, não se pode aduzir a sua ausência, seja por raridade da espécie ou por falta de maior taxa de amostragem, dedicada e suficiente.