Nome científico:

Natrix astreptophora (Seoane, 1884)

Nome comum:
Cobra de água dos ervaçais, cobra de água de colar
Família:
Colubridae

 

 

Trata-se de uma cobra relativamente grande e robusta, que pode atingir 150 cm (190 cm nalguns indivíduos idosos) de comprimento total. Os olhos grandes, dourados/alaranjados, parecem encaixados, entre o ligeiro rebordo sobressaliente das placas cefálicas e a margem inclinada das escamas supralabiais.

A coloração dorsal dos adultos é verde cinza ou verde jade, com pequenas manchas negras, irregulares ou estreladas, esparsamente distribuídas ao longo do corpo.

Nos juvenis é característica a presença de uma larga banda anelada, entre duas grandes manchas negras, em torno do pescoço (colar), que tende a desaparecer paulatinamente com o crescimento.

O ventre é esbranquiçado, com manchas irregulares escuras, úteis na identificação dos indivíduos. 

 

Habitat e Ecologia

Esta serpente, com uma dieta predominantemente aquática (peixes e anfíbios), é uma nadadora extremamente ágil. Habita as cercanias de ribeiros e zonas húmidas naturais (ex. charcos, lagoas) e artificias (ex. albufeiras, represas agrícolas). Todavia, pode afastar-se bastante das massas de água, aparecendo em prados, campos arvenses e bosques. Os hábitos aquáticos desta cobra de água são menos marcados do que os da sua congénere Natrix maura e, além disso, é uma espécie mais rara.

 

Período mais favorável à observação

Ofídio essencialmente diurno, que se mantém ativo de fevereiro a novembro, pode ser observado a nadar vigorosamente à superfície das massas de água ou a esgueirar-se por entre os ervaçais. Ocasionalmente, nos dias quentes de verão adota hábitos crepusculares.

Na Herdade da Mitra esta espécie já foi registada, escondida na vegetação. Deverá frequentar as ribeiras e a albufeira da Tourega, além de outras massas de água criadas pelo enchimento das pedreiras abandonadas existentes na área.

 

Curiosidades

Ao ser capturada, esta cobra não venenosa usa algumas artimanhas para dissuadir o presumível atacante. Por vezes, segrega um líquido fétido pela cloaca e tenta esfregá-lo contra o corpo do agressor, ou vomita sobre o eventual predador. Frequentemente simula estar morta, permanecendo imóvel, com o corpo flácido e a cabeça virada de lado, com a boca negra entreaberta, a língua bifurcada pendente e exalando um odor putrefacto.

 

Distribuição

Esta espécie possui uma distribuição paleártica ocidental, desde o Magrebe norte-africano, através da Península Ibérica, até ao Sul de França.