Nome científico:

Alytes cisternasii Boscà, 1879

Nome comum:
Sapo parteiro ibérico
Família:
Alytidae

 

 

É um sapo pequeno (até 4-5 cm), rechonchudo e com hábitos escavadores. Os seus olhos são laterais e proeminentes, de íris dourada com reticulado negro e pupila vertical. As glândulas parótidas são pouco visíveis. As patas anteriores possuem dois calos palmares que facilitam a escavação do solo. A pele do dorso é ligeiramente verrugosa e pardacenta, com manchas mais escuras que variam entre o castanho e o cinzento. Destacam-se também pequenitas verrugas alaranjadas na cabeça, no dorso e nos membros. 

 

Habitat e Ecologia

Encontra-se geralmente em terrenos siliciosos, sobretudo com solos arenosos. É uma espécie comum em pinhais, montados, zonas abertas ou com vegetação pouco densa. Este sapo é também capaz de suportar longos períodos de seca graças à sua elevada capacidade de absorver água pela pele. No entanto, em zonas muito quentes, este sapo tende a estivar.

 

Período mais favorável à observação

O sapo parteiro tem hábitos noturnos, embora possa eventualmente observar-se acima do solo e ouvir coaxar durante as primeiras chuvadas outonais. O mais frequente é os indivíduos serem encontrados abrigados debaixo de pedras largas ou de troncos. Não obstante,  o coaxo piante e flautado dos machos pode ouvir-se de modo mais ou menos contínuo desde Outubro a Abril, sobretudo ao crepúsculo e nas primeiras horas da noite. Na Herdade da Mitra ouve-se o sapo parteiro nos terrenos aráveis.

 

Curiosidades

É o macho que cuida dos ovos, por vários dias, os quais transporta nas patas traseiras num fardo gelatinoso aderente às costas. Logo que os ovos maduros estão prestes a eclodir o macho solta-os dentro de água num ribeiro das vizinhanças.

O coaxo piante e flautado de uma só nota deste sapo confunde-se com o piar do pequeno mocho -de-orelhas (Otus scopus), ainda que o som geralmente provenha do solo onde o sapo se abriga.

 

Distribuição

Espécie endémica do quadrante ibérico ocidental-meridional. Em Portugal continental aparece essencialmente nas regiões a sul do rio Tejo.