Nome científico:

Epidalea calamita  (Laurenti, 1768)

Nome comum:
Sapo corredor
Família:
Bufonidae

 

 

É um sapo robusto que geralmente mede entre 6 a 7 cm de comprimento total, podendo algumas fêmeas superar os 9 cm. Os membros são relativamente curtos e robustos. A sua cabeça tem um aspeto arredondado, mais larga do que comprimida e com focinho curto. Os olhos são relativamente grandes, proeminentes, com pupila elíptica horizontal e íris cor de limão com pigmentação escura. As glândulas parótidas bem evidentes estão dispostas de forma paralela entre si. A pele é rugosa, coberta por numerosas verrugas, mais ou menos aplanadas, de cor acastanhada ou, por vezes, alaranjada. O padrão de coloração dorsal é bastante variável, embora predominem as tonalidades esverdeadas que formam manchas irregulares sobre um fundo creme ou esbranquiçado.

 

Habitat e Ecologia

Ocupa uma grande variedade de biótopos, encontrando-se especialmente em locais abertos com solos pouco compactados. Durante a reprodução usa preferencialmente meios aquáticos de escassa profundidade e efémeros: poças de água, concavidades feitas por rodados de tratores, pequenos charcos temporários mediterrânicos, valados da berma das estradas e terrenos encharcados.

 

 Período mais favorável à observação

O sapo corredor pode ser facilmente observado (e escutado) do outono até ao início do verão, associado ao seu período reprodutivo muito variável, pois este está fortemente dependente das condições meteorológicas, em especial da ocorrência de precipitação. Nos finais da primavera ou do verão podem ver-se centenas de indivíduos juvenis recém-metamorfoseados, minúsculos (cerca de 10 mm de comprimento) que exameiam por entre a vegetação herbácea dos ambientes húmidos.

Na Herdade da Mitra, na época húmida adequada, observam-se tanto os minúsculos girinos negros dentro das pocinhas da chuva, assim como os adultos a deambularem nos campos abertos perto de locais húmidos, agregados para acasalamento dentro de água dos charcos e das valas ou a atravessarem estradas e caminhos durante as noites chuvosas. 

 

Curiosidades

Tem a particularidade de se deslocar por pequenas corridas (daí vem o adjetivo 'corredor'), ao contrário da locomoção por saltos observada na maioria dos anuros.

Os coaxos repetitivos e estridentes dos machos, os quais amiúde se juntam em coros para vocalizar à noite, parecem soar aos seres humanos como se fossem sons produzidos por grandes insetos (ex. ralos); poucas pessoas identificam esses sons como provenientes deste sapo.

A estória europeia do 'Príncipe-sapo' que se conta às crianças surgiu com base na biologia desta espécie. Se por um lado muitas pessoas acham feio este sapo verrugoso e rechonchudo, pelo qual sentem repulsa e nojo, por outro lado ninguém nega que ele tem uns olhos fascinantes cor de limão. Advém daqui a moral da estória - Será que tais olhos não revelam uma beleza interior, pertença de um jovem príncipe, por feitiço escondida pela aparente fealdade corporal do sapo? É beijar o sapo, para descobrir!

 

Distribuição

A área de distribuição desta espécie estende-se da Península Ibérica até à Europa Central e Oriental. É um dos anuros mais comuns em Portugal onde apresenta uma distribuição quase contínua.