Lissotriton boscai (Lataste,1879)
Tritão de pequeno tamanho, pode atingir um comprimento total de 6 a 9 cm. O nome comum advém do ventre mostrar uma coloração tipicamente laranja, sarapintada lateralmente com pontos escuros. Em contraste, o dorso apresenta uma tonalidade castanha, verde-olivácea ou amarelada. As patas são delgadas e terminam por dedos desprovidos de membrana interdigital.
Há dimorfismo sexual, sendo as fêmeas maiores e mais robustas do que os machos. Estes últimos, durante o período de reprodução, mostram uma banda longitudinal branca que se estende por toda a cauda, sendo contudo mais evidente a sua presença na parte terminal da cauda.
Habitat e Ecologia
É um anfíbio de hábitos marcadamente aquáticos, frequentando locais húmidos e com vegetação, tais como as águas das fontes, tanques, charcos, açudes e regatos onde surjam pequenos pegos e alguma vegetação aquática.
Todavia este tritão também pode ser encontrado em terra, resguardado sob pedras, troncos de árvores caídos e outros locais húmidos, sobretudo durante a época seca.
Alimenta-se de pequenos insetos, vermes, larvas e crustáceos aquáticos.
Período mais favorável à observação
Este tritão é principalmente visível na fase aquática, quando fica imerso na água dos charcos e pegos, a partir de finais de novembro/dezembro.
Na Herdade da Mitra é uma espécie que nem sempre se encontra.
Curiosidades
Aquando do acasalamento o macho frequentemente agita o corpo e a cauda dentro de água, parecendo dançar o “flamenco”. Porém, tal exibição apenas é parte da parada nupcial feita para atrair a atenção das fêmeas, enquanto o macho aproveita parar lançar feromonas sexuais na água.
Distribuição
É uma espécie endémica da metade ocidental da Península ibérica distribuindo-se por todo o país, de forma mais fragmentada no sul, estando ausente das áreas mais abertas do Alentejo.