Pleurodeles waltl (Michahelles, 1830)
Anfíbio caudado que mede entre 25 e 31 cm de comprimento. Apresenta o corpo e a cabeça largamente achatados; a cauda é comprida e espalmada lateralmente. A pele áspera e verrugosa está coberta de pontos negros. Esta salamântiga acastanhada matizada de manchas escuras ou ocres, tem um aspeto geral primitivo e tosco.
Distingue-se bem, pois mostra de cada lado do tronco, uma série linear de protuberâncias glandulares amareladas e espaçadas entre si.
Machos e fêmeas são muito semelhantes, exceto durante a época de reprodução, quando a diferença mais visível é a cloaca inchada do macho e o ventre inchado da fêmea.
Habitat e Ecologia
Vive em locais aquáticos muito diversos, desde charcos a lagoas com pouca corrente, muitas vezes com a água bastante turva, poços e cisternas de água. Também consegue viver em zonas de sapal com água salobra ou mesmo em águas estagnadas e poluídas.
Tem atividade noturna e crepuscular.
A envolvente terreste é marcadamente de tipo mediterrânico, como os matagais, as zonas abertas, os montados, as áreas agrícolas, etc.
Alimenta-se de larvas de insetos aquáticos e de anfíbios, moluscos e minhocas, e até pequenos peixes. As larvas são igualmente carnívoras, capturando crustáceos e larvas de insetos aquáticos.
Período mais favorável à observação
Este anfíbio é visível sobretudo na fase aquática, que é desencadeada com as primeiras chuvas outonais e se arrasta pelo inverno e primavera, dependendo das condições meteorológicas e da disponibilidade de água nos meios aquáticos. As suas larvas distinguem-se pela cabeça tipicamente achatada e pelas brânquias externas plumosas.
Na Herdade da Mitra esta salamântiga ocorre nos charcos, cisternas, poços e represas agrícolas. Nas noites chuvosas pode ser observada a atravessar as estradas.
Curiosidades
Esta salamântiga goza de uma superstição popular que lhe é favorável: é considerada um animal limpador da água dos poços e das minas, pelo que as pessoas não a matam. Uma habilidade defensiva deste anfíbio é a capacidade de fazer sobressair as pontas das costelas no exterior do dorso, perfurando a linha de glândulas laterais. Esta capacidade só é usada quando o animal se sente em perigo.
Distribuição
Distribui-se pelo sul e oeste da Península Ibérica e zona ocidental de Marrocos.