Geranium purpureum Vill.
Herbácea anual, raramente bienal, de caules eretos, avermelhados e com pêlos geralmente glandulosos, até 40 cm de altura, com odor forte e característico.
Folhas basilares em roseta, as caulinares opostas, com 2-8,5 x 2-9 cm, palminérveas, muito recortadas, geralmente, com pêlos glandulosos em ambas as páginas e pecíolos longos, pilosos; estípulas avermelhadas, glabras, mas ciliadas. No final da estação de crescimento, tomam uma tonalidade avermelhada.
Flores pequenas, dispostas aos pares, com pedúnculos longos e pilosos, cinco pétalas purpúreas, de 7-8,6 x 1,5-2,6 mm, inteiras e 5 sépalas verdes, lanceoladas, livres e pilosas; estames rosados, com anteras e pólen amarelos.
Fruto um esquizocarpo com 14-20 mm, constituído por uma coluna central à qual se prendem 5 mericarpos castanho-claros ou acinzentados, com um prolongamento em bico (rostro) de12,2 -16,2 mm, cada um com uma semente.
Habitat/Ecologia
Espécie ruderal e nitrófila; é mais frequente em locais sombrios e galerias ripícolas, mas também se encontra em montados e matagais, sebes, taludes, bermas de caminhos e fendas de rochas.
Período mais favorável à observação
Floração: março a julho.
Utilizações e Curiosidades
As aristas dos mericarpos (fruto) são sensíveis à humidade e à medida que as sementes amadurecem as aristas secam, vão-se arqueando e enrolando em hélice, o que produz tensão e lhes permite catapultarem as sementes a uma distância considerável, facilitando a sua dispersão. Foi utilizada para atrair boa sorte e, porque os frutos lembram bicos de cegonha, para aumentar a fertilidade. As folhas recém-colhidas podem ser esmagadas e esfregadas no corpo, porque exalam um odor que repele os mosquitos. Apesar de ser difícil distinguir G. purpureum de G. robertianum, as pétalas da primeira espécie medem 7-8,6 x 1,5-2,6 mm e as anteras são amarelas, enquanto a segunda tem pétalas com 10-14 x 1,8- 6 mm e anteras purpúreas.