Geranium robertianum L.
Herbácea bienal, raramente anual, de caules eretos, avermelhados e com pêlos geralmente glandulosos e não glandulosos, até 55 cm de altura, com odor forte e característico.
Folhas basilares em roseta, as caulinares opostas, com 2-9,5 x 2-10 cm, palminérveas, muito recortadas, com pêlos glandulosos e não glandulosos em ambas as páginas e pecíolos longos, pilosos; estípulas avermelhadas, glabras, mas ciliadas. No final da estação de crescimento, tomam uma tonalidade avermelhada.
Flores pequenas, dispostas aos pares, com pedúnculos longos e pilosos, cinco pétalas purpúreas, de 10-14 mm, com unha comprida e estreita, inteiras, obovadas e 5 sépalas verdes, lanceoladas, livres e pilosas; estames rosados, com anteras purpúreas e pólen amarelo.
Fruto um esquizocarpo com 19-23 mm, constituído por uma coluna central à qual se prendem 5 mericarpos castanho-claros, com um prolongamento em bico (rostro) de 12-19 mm, cada um com uma semente.
Habitat/Ecologia
Espécie ruderal frequente em locais perturbados; comum em bermas de caminhos, taludes, baldios, pousios, bases de rochas e orlas de bosques e pinhais. Prefere locais com alguma iluminação e humidade.
Período mais favorável à observação
Floração: março a julho.
Utilizações e Curiosidades
As aristas dos mericarpos (fruto) são sensíveis à humidade e à medida que as sementes amadurecem as aristas secam, vão-se arqueando e enrolando em hélice, o que produz tensão e lhes permite catapultarem as sementes a uma distância considerável, facilitando a sua dispersão. Foi utilizada para atrair boa sorte e, porque os frutos lembram bicos de cegonha, para aumentar a fertilidade. As folhas recém-colhidas podem ser esmagadas e esfregadas no corpo, porque exalam um odor que repele os mosquitos. Apesar de ser difícil distinguir G. robertianum de G. purpureum, a primeira espécie tem pétalas com 10-14 x 1,8- 6 mm e anteras purpúreas, enquanto as pétalas da segunda medem 7-8,6 x 1,5-2,6 mm e as anteras são amarelas.