Nome científico:

Pinus pinaster Aiton

Nome comum:
Pinheiro-bravo; pinheiro-marítimo.
Família:
Pinaceae
Autóctone

 

 

Árvore conífera (sementes numa pinha ou cone), perenifólia, resinosa, com 20-25 m de altura, de tronco direito, com casca castanho-avermelhada, profundamente fendida e ramos arqueados ou quase horizontais, dispostos em verticilos; copa piramidal com 6-9 m de diâmetro.

Folhas aciculares (em forma agulha), com 10-25 X 0,1-0,2 cm, verde-escuras, rígidas e pontiagudas, aos pares na axila de uma folha rudimentar escamiforme, sobre um raminho muito curto (braquiblasto), provido de uma bainha membranosa que as envolve na base.

Flores unissexuais, verde-acastanhadas, em inflorescências, masculinas e femininas na mesma planta (espécie monóica). Inflorescências masculinas em forma de espiga, agrupadas nos ramos do ano; as femininas dispostas numa estrutura ovoide, com escamas lenhosas, de cor pardo-avermelhada, denominada pinha ou cone. 

Fruto uma pinha ovado-cónica, com 8-22 X 5-8 cm, subséssil, com escamas que possuem um escudo terminado em pirâmide mais ou menos elevada, castanha brilhante quando madura; cada escama suporta 2 pinhões com 0,6-0,8 cm de comprimento, providos de uma longa asa (penisco). A pinha amadurece no final do verão, ou no outono, do segundo ano e só liberta os pinhões na primavera ou verão do terceiro ano.

 

Habitat/Ecologia

Prefere locais ensolarados com solos ácidos, principalmente arenosos e perto do litoral, mas também é frequente em zonas do interior sobre xistos; é pouco exigente em relação ao tipo de solo que pode ser bastante pobre e resiste bem à secura e às geadas.

 

Período mais favorável à observação

Todo o ano.

 

Utilizações e curiosidades

É o pinheiro ibérico com crescimento mais rápido e a principal espécie florestal em Portugal continental, sendo muito utilizado em repovoamentos florestais. Produz madeira de pouca qualidade, pelo que, o seu aproveitamento é principalmente resineiro. O pinheiro-bravo produz grande quantidade de resina que é recolhida em taças colocadas abaixo de incisões, em V, na casca. A partir da resina obtêm-se solventes como a essência de terebentina ou a aguarrás e a colofónia ou pez grega, usada na preparação de vernizes, pinturas, tintas e sabões. A casca, rica em taninos, é usada na indústria dos curtumes. As pinhas ardem facilmente sem se apagar e, por isso, muito usadas para acender lareiras. Tal como as outras espécies de Pinus, o pinheiro-bravo pode ser afetado pela processionária do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa Denis & Schiffermüller, Lepidoptera), um inseto desfolhador, observável no inverno sob a forma de “ninhos brancos”, que causa a desfolha das árvores e uma quebra na sua produção lenhosa. Em anos de fortes ataques, a processionária pode constituir um grave problema de saúde pública. Esta espécie de pinheiro é também muito suscetível ao nemátode da madeira do pinheiro, um verme microscópico transmitido às árvores por um inseto-vetor, entre abril e outubro, que começa por amarelecer as agulhas e pode acabar na morte da árvore.