Resultado da pesquisa
Xanthoria calcicola Oxner

Xanthoparmelia conspersa (Ehrh. ex Ach.) Hale


Os líquenes são fungos liquenizados ou seja, são fungos que vivem em simbiose com um organismo fotossintético (alga ou cianobactéria). Esta associação permite que o líquene consiga sobreviver em condições ambientais e habitats em que os parceiros isolados não conseguiriam, dando-lhes uma grande resistência e longevidade. Isto porque o fungo recebe nutrientes produzidos através da fotossíntese pelo fotobionte e o fotobionte recebe protecção contra a radiação e dessecação. Assim, podem ser encontratos a crescer em praticamente todo o lado, desde os trópicos aos pólos, em todo o tipo de substratos (árvores, arbustos, musgos, rochas, solo, carapaça de insectos, substratos artificiais, etc).
Desta associação simbiótica resulta um talo liquénico, com formas e cores diferentes daquelas que os parceiros exibem quando vivem isoladamente. Consoante a sua forma de crescimento podem ser agrupados em 3 grupos distintos: crustosos ou crustáceos, foliáceos e fruticulosos. Existem ainda líquenes que exibem um talo primário e um talo secundário e são designados de líquenes compostos. São um grupo complexo e muitas vezes difíceis de identificar. Para os identificar é necessário ter atenção um conjunto diverso de características:
- Aspectos morfológicos: forma de crescimento, cor e estrutura do talo, tipo e localização das estruturas reprodutoras, observações microscópicas das estruturas reprodutoras sexuadas, testes químicos para detecção de substânicas liquénicas e presença, forma e localização de estruturas especializadas (cílios, rizinas, cifelas, cefalódios, etc).
- Aspectos ecológicos: tipo de substrato em que crescem, altitude e tipo de habitat.
Nota: muitas espécies só são identificadas recorrendo-se a reagentes químicos. Os mais comuns são o hidróxido de potássio e hipoclorito de cálcio ou de sódio (normalmente é utilizada lixívia a 10%).
No que diz respeito à forma como se reproduzem, podem fazê-lo de duas formas distintas:
- reprodução sexuada: apenas o parceiro micobionte, o fungo, se reproduz desta forma, produzindo esporos (ascósporos) em corpos frutíferos, os apotécios, que estão geralmente presentes todo o ano. Os esporos são lançados no ambiente e têm que encontrar obrigatoriamente uma alga ou cianobactéria para formarem uma nova simbiose e, consequentemente, um novo talo liquénico.
- reprodução assexuada: ambos os intervenientes participam nesta forma de reprodução e pode ser feita através da dispersão de fragmentos do talo ou através de propágulos vegetativos, os sorédios (não corticados) e os isídios (corticados).
Para além de muitas outras funções no ecossistema e para o Homem, os líquenes são importantes bioindicadores ou biomonitores da poluição atmosférica dado que retiram tudo o que necessitam da atmosfera e acumulam nos seus tecidos vários tipos de compostos. Assim, através do estudo liquénico de uma região, é possível extrapolar a qualidade ambiental nessa mesma zona.