Répteis

Resultado da pesquisa

 

Os répteis abarcam um amplo conjunto de vertebrados, cujos corpos característicos estão total ou maioritariamente revestidos por escamas epidérmicas (ou então couraçados por placas ossificadas) revestidas de queratina (o mesmo material das unhas, pêlos e penas). Estes animais ectotérmicos regulam a temperatura corporal com o calor que obtêm diretamente da exposição solar ou, indiretamente, através do contato com um substrato aquecido. A locomoção rastejante reptiliana é bem conhecida. Alguns lagartos e afins possuem as patas reduzidas ou mesmo perderam-nas no decurso da sua evolução. Já as serpentes transformaram o seu modo de vida exclusivamente ápode (sem patas), em algo fascinante e ecologicamente versátil: elas esgueiram-se por luras no solo, serpenteiam impetuosamente pelos campos, trepam por troncos de árvores, deslizam entre ramos e gravetos, andam “em pontas de escamas” vagarosamente no chão e até nadam vigorosamente nas superfícies aquáticas.

Evolutivamente os répteis atuais descendem de ancestrais diversos, o que torna polémica e controversa a sua subdivisão macrotaxonómica. Por um lado, os répteis couraçados (arcossáurios) abrangem separadamente as tartarugas e os crocodilos, mas ambos partilham uma ligação macroevolutiva mais próxima com as Aves. Por outro lado, os répteis escamosos (lepidossáurios) incluem os lagartos e as serpentes.

Aqui adota-se uma divisão prática em três subgrupos bem reconhecíveis: os ‘Cágados’, ou seja a designação portuguesa para as tartarugas de água doce; os ‘Lagartos e afins’ (Lacertilia) e as ‘Serpentes’.

Das 29 espécies de répteis continentais que há em Portugal, podem ser observadas 19 espécies (2 cágados; 9 lagartos e afins; 8 serpentes)  na Herdade da Mitra ou na zona envolvente. Os cágados vivem na Ribeira de Valverde, na Ribeira da Viscosa e na albufeira da Tourega. Os lagartos e as serpentes ocorrem nos ambientes agroflorestais de montado, nos campos arvenses e nas imediações das construções humanas.