Anfíbios

 

Os anfíbios são pequenos vertebrados de pele nua e húmida. Mal-grado as superstições e as crendices populares que deturpam a sua fascinante biologia, os anfíbios têm uma natureza ecológica dualista baseada na água e na terra. Assim eles sofrem uma alteração profunda ao longo do seu ciclo de vida. As suas larvas (ou girinos) eclodem dos ovos gelatinosos deixados na água pelos progenitores, no início da época de acasalamento (outubro a janeiro). Essas larvas desenvolvem-se livremente (fevereiro a maio) nas massas de água temporárias, durante algumas semanas, enquanto respiram o oxigénio dissolvido na água através das brânquias. Logo que irrompe a temperatura estival sucede-se a metamorfose das larvas que rapidamente se transformam em juvenis capazes de viverem em terra e de respirarem ar, tal qual uma versão miniatura dos adultos.

Aos Caudados pertencem os anfíbios andantes como sejam as salamandras (mais terrestres) e os tritões (mais aquáticos), em que os adultos tem uma cauda e as patas aproximadamente do mesmo tamanho. Os Anuros são os anfíbios saltitantes, sem cauda, como os sapos (mais terrestres) e as rãs (mais aquáticas). Das 17 espécies que ocorrem em Portugal Continental, cerca de 13 espécies (4 Caudados e 9 Anuros) podem ser observadas na Herdade da Mitra ou na zona envolvente. As salamandras e os sapos estão mais associados aos ambientes agroflorestais de montado e aos campos aráveis. Mas a existência da Ribeira de Valverde, de charcos e a permanência de água em pedreiras abandonadas, pequenas represas, tanques, cisternas e poços faz com que surjam também espécies mais aquáticas, como os tritões e as rãs.